Hoje é dia 20 de Janeiro e, se você gosta de
carros, é provável que saiba o que isto significa: o Brasil está comemorando o
Dia Nacional do Fusca, e a gente não poderia deixar esta data passar em branco.
Sendo assim, vamos tentar explicar a história do Dia Nacional do Fusca e dar um
passeio pelas séries especiais de um dos carros mais queridos do Brasil.
Fusca Série Prata – 1980
A primeira série especial do Fusca foi a chamada Série
Prata, e esta já é um exemplo de como alguns detalhes se perdem com o passar do
tempo. A Série Prata foi lançada em 1980, e foram apenas 100 unidades
fabricadas. Acontece que, tantos anos depois, muitas pessoas pensam que
qualquer fusca prateado da década de 80 é um Série Prata.
Olhando por fora, talvez até dê para confundir — só o
adesivo “S Prata” na traseira e as lanternas “Fafá” bicolores o diferenciam de
qualquer outro Fusca. Por dentro, porém, não há dúvida: o Série Prata veio com
o mesmo volante do Passat, detalhes em prata no acabamento e forração em veludo
(um belo veludo, por sinal). O Manual do Proprietário também é exclusivo da
série especial.
Fusca Série Especial “Love” – 1984
Esta é a menos conhecida. Lançado em 1984 para comemorar
os 25 anos da produção do Fusca, o Série Especial logo ficou conhecido como
“Série Love”, por causa da campanha publicitária que exaltava a paixão que o
brasileiro sentia pelo carro na época. É frenquentemente confundido com a Série
Prata, e por isto nem todos sabem de sua existência. O que é uma pena, pois o
Fusca “Love” trazia um conjunto de equipamentos bem interessante: volante
espumado, cinto de três pontos, desembaçador traseiro e janelas basculantes atrás.
Todas as 2.500 unidades vinham na cor Azul Copa, metálico, para-choques na
mesma cor do carro e rodas de 14 polegadas iguais às da Brasília.
Junto com ele foi lançada uma promoção que convidava os
donos de Fusca a contarem uma história pessoal que envolvesse o carro. As duas
melhores histórias ganhariam, cada uma, um exemplar do Fusca Série Especial.
Alguma dúvida do motivo do apelido?
Fusca Última Série – 1986
Dois anos depois era anunciada a primeira “morte” do
Fusca — 1986 seria o último ano do carismático Volkswagen. A Última Série foi
fabricada em 850 unidades, todas numeradas no para-brisa, e quem os
comprou teve seu nome gravado no “Livro de Ouro” da Volkswagen.
O Última Série podia vir com motor a gasolina com
carburação simples, ou a etanol de carburação dupla. Diferentemente das outras
séries especiais, a Última Série não tem muitas diferenças em relação ao Fusca
comum — apenas o catálogo de cores que estreava novas opções, como dourado e
azul metálico. O carro acompanhava um kit com uma chave dourada, certificado e
fita de vídeo com as melhores propagandas do Fusca exibidas na TV desde a
década de 60.
O valor de coleção da Última Série é que é um caso à
parte. De início, a grande maioria dos carros ficou guardada com revendedores e
donos, e dificilmente eram tratados como veículos de uso diário. Contudo, com o
retorno à produção, vários deles passaram a ser usados normalmente, como se
tivessem perdido valor por não ser, de fato, a última série do Fusca.
Para nós, isto é besteira — prova de sua importância é a presença de uma
unidade da Última Série no museu da VW em Wolfsburg.
Fusca Série Ouro — 1996
O Série Ouro foi a última das séries especiais do Fusca.
Três anos depois do anúncio do retorno da produção por Itamar Franco, a
Volkswagen daria por encerrada a história do Fusca no Brasil e, para selar de
vez um momento tão importante, lançou a edição limitada a 1.500 unidades.
Mecanicamente idênticos ao Fusca Itamar do motor 1.600 a
álcool ao sistema de escapamento com apenas uma saída, os carros da Série Ouro
não tinham mais as faixas adesivas em amarelo e preto nas laterais, e contavam
com um pequeno emblema na lateral, perto do bocal do tanque de gasolina,
identificando a edição. Por dentro, o carro tinha bancos com a mesma forração
do Pointer GTI da época, que se repetia nos forros de porta, painel de
instrumentos com fundo branco e relógio, e volante igual ao do Gol. Novas opções
de cores metálicas e perolizadas foram introduzidas à série especial, como
Verde Nice, Verde Taiti (que está mais para azul), Vermelho Dakar e Bege
Urano.
E por que estamos falando disso hoje?
O Dia Nacional do Fusca é comemorado desde 1988, mas a sua
origem é incerta. Diz-se que o Sedan Clube do Brasil instituiu o dia 20 de
novembro de 1988 como o primeiro Dia Nacional do Fusca, para lembrar a data do
primeiro fim da produção do carro. Só que o material comemorativo não teria
ficado pronto a tempo — faixas e adesivos com o número “20” teriam sido
encomendadas, e a solução foi adiar a data para o mês seguinte. O problema é
que no dia 20 de dezembro, todos estão loucos com a cabeça no natal, na praia e
nas férias de fim de ano, e por isso eles teriam decidido que o Dia Nacional do
Fusca seria o dia 20 de janeiro.
Desde então, vários clubes por todo o Brasil organizam
eventos e encontros em comemoração à data. A comunidade de fãs do besouro é
gigantesca sempre foi muito forte, e prova disso é que a Volkswagen reconheceu
o Dia Nacional do Fusca de forma oficial em 1989.
E você, tem alguma história bacana para contar neste dia
especial para os fãs do Fusca?
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